domingo, 10 de maio de 2009

Os sonhos

Os sonhos podem despencar como folhas no outono,

podem se desintegrar como nuvens,

podem desaparecer como miragem,

podem desmoronar como construções frágeis

Podem se rasgar como papel,

podem se romper como fios,

podem se despedaçar como vidro,

podem explodir como bombas

Podem esfriar como o inverno,

podem evaporar como água,

podem passar como as horas,

podem terminar como a vida,

podem apodrecer como corpo morto

Podem afundar como objetos pesados,

podem murchar como bolas furadas,

podem amarelar como jornal velho,

podem se rasgar como rabiscos de lápis

Podem cambalear como bêbados,

podem se fechar como portas,

podem ir embora como visitas expulsas,

podem enfraquecer como pilhas em funcionamento

podem se apagar como a luz

podem fugir como animais medrosos

podem ser menosprezados como idiotices

Mas podem se realizar como milagres

4 comentários:

Thays Marques disse...

Nossa adorei essa poesia, meu caro essa poesia pode dar muita força para pessoas que estão precisando. E, aliás, ela está muito bem escrita, adorei o blog.

Unknown disse...

sim, está realmente otimo!

A anafora ficou perfeita, e eu mesmo já escrevi um conto com essa figura de linguagem.

You rock!

Anônimo disse...

muito legal mesmo essa poesia!!

é algo pra pensar muito...

Unknown disse...

Como diz Drummond "Fácil é sonhar todas as noites. Difícil é lutar por um sonho."
Mto bom, ótimo escritor esse meu cunhado...